O perigo do sombreamento parcial em sistemas fotovoltaicos

Com o avanço expressivo da energia solar no Brasil e no exterior, um novo cenário de atenção se instala: a ocorrência de incêndios relacionados a instalações fotovoltaicas tem se tornado mais comum do que muitos imaginam. Um perigo silencioso, que pode estar presente mesmo em sistemas modernos e corretamente dimensionados.

Os sistemas de geração solar são amplamente reconhecidos como uma alternativa sustentável e economicamente vantajosa. Porém, como qualquer solução tecnológica, estão sujeitos a falhas que podem gerar consequências graves quando não identificadas a tempo.

Em agosto de 2025, um incêndio de grandes proporções destruiu um supermercado em Nova Monte Verde (MT), acendendo o alerta sobre a segurança de sistemas fotovoltaicos instalados em coberturas comerciais. A investigação preliminar aponta que o foco do incêndio pode ter se originado em uma falha no sistema solar do local.

E esse não é um caso isolado no país. Em janeiro de 2024, outra ocorrência semelhante atingiu um prédio industrial às margens da BR-101, em Araquari (SC). No cenário global, já são mais de 50 episódios do mesmo tipo registrados apenas desde o início de 2024.

No Reino Unido, um dos acidentes mais severos registrados até o momento ocorreu em fevereiro, quando um incêndio destruiu quase totalmente uma usina solar comercial, ocasionando prejuízo acima de R$ 480 milhões.

Além das perdas materiais, esses incidentes colocam em perigo a integridade de trabalhadores, moradores e equipes envolvidas em operações de manutenção. Com a expansão contínua da energia solar em lares e empresas, o compromisso com a segurança deve crescer na mesma proporção.

Mas qual é o verdadeiro gatilho desses incêndios? Apesar de parecerem diretamente associados a falhas elétricas, há um elemento que costuma ser negligenciado e que tem sido apontado como o grande responsável: o sombreamento parcial.

Esse fenômeno ocorre quando uma parte do módulo solar fica coberta por folhas secas, poeira, galhos, fezes de aves, ou pela sombra de elementos arquitetônicos como chaminés e antenas. Pequenos detalhes, quase imperceptíveis no dia a dia, mas capazes de desencadear problemas sérios.

A principal ameaça gerada por esse contexto é o chamado hot spot ou ponto quente. Quando uma célula sombreada tenta continuar produzindo energia com capacidade reduzida, ela passa a trabalhar sob maior esforço em relação às demais. O resultado é o aumento expressivo da temperatura local, que pode ultrapassar facilmente os 100°C. Em situações críticas, esse superaquecimento deteriora o painel, formando bolhas no backsheet e, em casos ainda mais extremos, iniciando um incêndio.

A probabilidade cresce especialmente em sistemas instalados sobre telhados, onde o sombreamento ocorre de forma irregular e imprevisível, elevando a vulnerabilidade à falha térmica.

Tecnologia BC: uma resposta ao risco

Para reduzir esse tipo de ameaça, a indústria passou a aprimorar suas tecnologias. Uma das inovações mais promissoras é a tecnologia Back Contact (BC), utilizada por fabricantes como a LONGi. Ela tem se destacado como uma aliada robusta na prevenção de pontos quentes e na proteção contra incêndios.

Diferente das tecnologias convencionais, como PERC e TOPCon, os módulos BC apresentam todos os eletrodos na parte traseira da célula. Esse design torna o fluxo elétrico mais eficiente e a estrutura mais compacta, trazendo ganhos diretos em segurança.

Primeiro benefício: os módulos BC contam com um sistema de bypass integrado, capaz de redirecionar automaticamente a corrente quando há sombreamento. O desvio elétrico impede o acúmulo térmico e a formação do hot spot.

Segundo: eles limitam a corrente reversa em áreas sombreadas, o que reduz a transformação de energia em calor. Consequentemente, a temperatura se mantém dentro de limites seguros, preservando a integridade do painel.

BC x TOPCon: o contraste prático

Ensaios comparativos demonstram claramente essa superioridade. Quando expostos a sombreamento, os módulos BC registraram temperaturas entre 60°C e 80°C mais baixas do que os modelos TOPCon. Outro dado relevante: os pontos quentes não superaram 110°C, um marco importante quando comparado às soluções tradicionais.

Além disso, apresentam de 50% a 70% menos perda de potência sob sombra, menor risco de bolhas e amarelamento e maior durabilidade, tudo isso com forte contribuição para a segurança contra incêndios e aumento da vida útil do sistema.

Um cenário real sobre telhados

Pense em uma situação recorrente: no fim da tarde, a sombra de uma árvore avança levemente sobre a borda de um painel. Em módulos TOPCon ou PERC, essa simples sombra pode transformar uma única célula em foco crítico, elevando sua temperatura de forma dramática e comprometendo o desempenho de toda a string. Se o calor ultrapassar 180°C, até mesmo uma folha seca pode se tornar fonte de ignição.

Nos módulos BC, a resposta acontece imediatamente. Os mecanismos internos desviam a corrente da área sombreada, preservando a temperatura do módulo e mantendo a geração estável sem comprometer a segurança.

Em projetos sobre telhados onde as condições são sempre complexas, a análise do desempenho em eletroluminescência (EL) de módulos TOPCon se torna fundamental. Um resultado insatisfatório aumenta a probabilidade de hot spots. Por sua vez, o design diferenciado dos módulos BC minimiza esse perigo e reforça a confiabilidade do sistema no longo prazo.

Eficiência com responsabilidade: o rumo da energia solar

A energia fotovoltaica cresce em escolas, lares, indústrias e comércios, e a segurança agora ocupa papel tão estratégico quanto a eficiência. O setor está passando por uma mudança de mentalidade: não basta converter mais energia, é preciso proteger a infraestrutura que sustenta essa geração.

A tecnologia BC emerge como um caminho alinhado ao futuro da energia solar: painéis que performam mais e melhor mesmo em condições adversas, com proteção intrínseca contra pontos quentes e risco de incêndio.

É assim que garantimos um ciclo de confiabilidade que ultrapassa 20 anos de operação, mantendo a energia solar como uma solução verdadeiramente sustentável do primeiro dia de instalação ao último dia de geração.

Na Solontec, entendemos que a energia solar vai muito além da geração de economia: ela deve ser confiável, estável e segura em cada detalhe. Por isso, realizamos diagnósticos completos de instalações existentes, identificando riscos como sombreamento parcial e possíveis pontos de falha antes que se tornem problemas maiores. Nossa equipe técnica trabalha com tecnologias de última geração — como módulos com maior proteção térmica — garantindo que cada sistema entregue o máximo de performance, com tranquilidade e eficiência por muitos anos. Segurança e eficiência caminham juntas. Com a Solontec, o seu sistema solar está pronto para gerar energia com total confiança.