Geração distribuída de energia: entenda as vantagens

A geração distribuída vem se consolidando como uma das principais alternativas para o fornecimento de energia elétrica no Brasil. Sustentável, econômica e eficiente, essa modalidade permite que consumidores se tornem produtores da própria eletricidade, geralmente a partir de fontes renováveis, como a solar fotovoltaica.

Com o avanço da tecnologia, a redução dos custos de instalação e o aumento da conscientização ambiental, a GD tem registrado expansão acelerada em todo o território nacional.

Para acompanhar esse crescimento, foi sancionada a Lei nº 14.300/2022, conhecida como o Marco Legal da Geração Distribuída, responsável por trazer regras mais claras, estabilidade regulatória e segurança jurídica tanto para consumidores quanto para investidores.

Neste artigo, você vai entender como funciona esse modelo, suas principais modalidades, as mudanças trazidas pela nova legislação e os benefícios que fazem da geração distribuída um pilar da transição energética brasileira.

O que é geração distribuída

A Geração Distribuída (GD) é o sistema em que o consumidor também atua como gerador de energia elétrica, utilizando fontes renováveis — com destaque para a energia solar fotovoltaica.

Diferente do modelo centralizado, em que a eletricidade é produzida em grandes usinas e transportada por extensas linhas de transmissão, na GD a produção ocorre próxima ao ponto de consumo, como no telhado de uma residência, empresa ou propriedade rural.

Essa proximidade reduz perdas na distribuição e permite que o excedente de energia seja injetado na rede da distribuidora, gerando créditos que podem ser utilizados posteriormente na conta de luz.

Além de promover economia, a GD contribui para um sistema elétrico mais eficiente, descentralizado e sustentável, fortalecendo a matriz energética limpa no país.

Modalidades da geração distribuída

A legislação brasileira permite diversas formas de implantação da GD, atendendo desde consumidores residenciais até grandes empreendimentos rurais ou industriais. As principais modalidades, segundo a ANEEL, são:

1. Geração junto à carga

A usina geradora e o ponto de consumo estão no mesmo local.

É o caso mais comum: painéis solares instalados em casas, empresas ou fazendas.

Quando há excedente de energia, ele é enviado à rede elétrica e convertido em créditos válidos por até 60 meses.

2. Geração compartilhada

Permite que diversos consumidores formem cooperativas ou consórcios para compartilhar a energia produzida por uma única usina.

Ideal para quem não possui espaço físico próprio, como moradores de prédios ou empresas localizadas em áreas urbanas densas.

3. Autoconsumo remoto

Nesta modalidade, a energia é gerada em um local e compensada em outro — desde que ambos estejam na mesma área de concessão.

Um exemplo prático: uma empresa pode gerar energia em um terreno rural e utilizá-la para abater o consumo de sua matriz na cidade.

4. Empreendimentos com múltiplas unidades consumidoras

Aplicável a condomínios residenciais, comerciais ou industriais.

Uma única usina gera energia para diversas unidades, rateando os créditos de acordo com percentuais definidos entre os participantes.

O que mudou com o Marco Legal da Geração Distribuída

Com a Lei 14.300/2022, o setor passou a contar com regras claras e previsíveis, reduzindo incertezas e estimulando novos investimentos.

Antes da lei, a regulamentação se baseava na Resolução Normativa 482/2012 da ANEEL, que era mais suscetível a revisões.

Entre os principais avanços estão:

Maior segurança jurídica e transparência para investidores e consumidores;

Implementação do Sistema de Compensação de Energia Elétrica (SCEE), com critérios definidos para créditos e abatimentos;

Transição gradual para a cobrança da TUSD Fio B, referente ao uso da rede;

Incentivo à criação de comunidades energéticas e cooperativas;

Garantia de compensação integral para quem protocolou o acesso até 7 de janeiro de 2023, válida até 2045.

Principais vantagens da geração distribuída

A GD representa muito mais do que economia na fatura de energia — ela redefine a relação entre consumidores e o sistema elétrico.

Entre os benefícios mais relevantes estão:

1. Redução de perdas

De 7% a 15% da energia gerada no país se perde no caminho até o consumidor final.

Com a geração próxima à carga, essas perdas são reduzidas significativamente, tornando o sistema mais eficiente e confiável.

2. Expansão de investimentos

Desde 2012, o setor já movimentou mais de R$ 60 bilhões, criando oportunidades para integradores, fabricantes, distribuidores e empresas de tecnologia.

3. Diversificação da matriz energética

A GD descentraliza a produção de energia, fortalecendo a segurança energética e reduzindo riscos de apagões.

4. Sustentabilidade

Mais de 99% da energia gerada por GD no Brasil vem de fontes renováveis, principalmente a solar fotovoltaica, o que reduz emissões e contribui para o combate às mudanças climáticas.

5. Geração de empregos

O segmento solar é líder em geração de empregos por megawatt instalado.

Segundo a ABSOLAR, já são mais de 780 mil vagas criadas, a maioria diretamente ligada à geração distribuída.

Fontes utilizadas na geração distribuída

As principais fontes de energia renovável aplicadas nesse modelo incluem:

Solar fotovoltaica: a mais usada no país, versátil e de baixa manutenção.

Eólica: adequada para regiões com ventos constantes.

Biomassa e biogás: aproveitam resíduos orgânicos e agrícolas.

PCHs e CGHs: pequenas centrais hidrelétricas com foco regional.

Cogeração qualificada: produção simultânea de energia elétrica e térmica.

A escolha da fonte ideal depende de fatores como perfil de consumo, localização, viabilidade técnica e regulatória.

Conclusão

A geração distribuída representa um novo paradigma para o setor elétrico brasileiro — descentralizado, limpo e orientado à autonomia do consumidor.

Com a Lei 14.300/2022, o país ganhou uma estrutura sólida para expandir esse modelo, impulsionando a economia local, reduzindo impactos ambientais e fortalecendo a segurança energética nacional.

Na Solontec, acreditamos que o futuro da energia está na independência e sustentabilidade.

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