Por quanto tempo uma bateria pode manter uma casa funcionando?
- SOLONTEC
- 4 de jul.
- 3 min de leitura

Com apagões e oscilações de energia cada vez mais frequentes no Brasil, cresce a procura por soluções que garantam autonomia elétrica. Uma delas é o uso de sistemas de armazenamento, cuja performance em diferentes perfis de residência acaba de ser analisada pelo grupo Energytech Descarbonize Soluções.
O estudo traz dados inéditos sobre a autonomia das baterias em lares brasileiros, com base em perfis demográficos e de consumo de energia. A análise mostra, por exemplo, por quanto tempo uma solução de 4,8 Kwh consegue manter aparelhos essenciais funcionando em residências compostas por um a quatro moradores, considerando três cenários: modo normal, modo viagem e modo intenso de consumo.
Segundo a ANEEL, os brasileiros ficaram, em média, dez horas sem energia elétrica em 2024 – com algumas regiões chegando a registrar até 190 horas de interrupção. Em 2025, ano que marcou um novo recorde de consumo de eletricidade, o número de apagões e a sua duração aumentaram.
Cenários de consumo e perfis de lares
A simulação do Grupo Descarbonize levou em conta dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que mostram a distribuição mais comum de moradores por domicílio:
1 pessoa (19%)
2 pessoas (27%)
3 pessoas (27%)
4 pessoas (19%)
Com base nesses perfis, foram definidos os seguintes cenários de uso:
Modo Viagem: consumo 46% menor que o normal, com a maioria dos equipamentos desligados.-
Modo Normal: uso médio ao longo da semana.
Modo Intenso: consumo 50% maior, simulando momentos de maior ocupação da casa.
Equipamentos considerados
Foram incluídos na análise, os eletrônicos mais comuns e essenciais, como geladeira, televisão, notebooks/tablets, carregadores de celular, internet e iluminação. Equipamentos de alto consumo, como chuveiro elétrico, ar-condicionado e fogão por indução, ficaram de fora da simulação por esgotarem a bateria rapidamente.
Modelo de bateria e metodologia
A bateria simulada foi o tipo LiFePO₄ (fosfato de ferro e lítio), com capacidade de 4,8 kWh e vida útil de 6.000 ciclos, com profundidade de descarga limitada a 80%, conforme prática recomendada para preservar o equipamento.
A simulação considerou a potência média dos aparelhos, tempo de uso por cenário e rendimento do sistema. Os tempos de autonomia estimados representam o período máximo de funcionamento contínuo de bateria, podendo variar conforme o uso real e o tempo de funcionamento dos aparelhos.
Para Antônio Lombardi Neto, diretor de Tecnologia da Descarbonize, as baterias têm papel estratégico no contexto atual. Até então, a falta de energia era solucionada com nobreaks, retirada dos eletrodomésticos da tomada, velas e lanternas.
Hoje, a tecnologia permite que esse cenário seja contornado com mais conforto e segurança. “Com a recorrência cada vez maior de oscilações na rede elétrica, pensar em autonomia energética deixou de ser algo distante”, disse ele.
Para o diretor, as baterias trazem para o consumidor uma solução viável, especialmente quando “associadas a fontes renováveis, como a solar, e ajudam a proteger a residência contra prejuízos e interrupções imprevistas”, ressaltou.
Ainda de acordo com a empresa, os resultados da simulação reforçam a importância estratégica das baterias no cenário atual da transição energética brasileira. Além disso, a companhia destaca que em um contexto de maior instabilidade na rede elétrica, a busca por soluções que garantam autonomia e segurança no fornecimento de energia tem ganhado espaço, especialmente entre consumidores residenciais e integradores do setor solar.
As tecnologias utilizadas na simulação, como as baterias de lítio-ferro, já estão disponíveis no mercado nacional pela da Aldo by Descarbonize. A oferta reforça o compromisso do grupo em democratizar o acesso a sistemas avançados de armazenamento e apoiar integradores na entrega de projetos mais completos e eficientes.
Veja abaixo o gráfico representativo que mostra o tempo de autonomia de baterias para diferentes perfis de consumo mensal em residências brasileiras, variando conforme o número de moradores:

Fonte: Google / Canal Solar
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